CITOLOGIA EM MEIO LÍQUIDO (PARTE 1)

O método de Citologia Convencional tem mais de 90 anos e foi desenvolvido por George Papanicolaou, é um procedimento consagrado na prevenção e detecção do câncer do colo do útero. Porém, ao longo dos anos foi identificado por diversos cientistas de várias partes do mundo algumas interferências no método como a sua baixa sensibilidade para detectar lesões de alto grau, e com o objetivo de aumentar a sensibilidade e tornar o teste mais eficiente foi introduzida pela Food and Drug Administration (FDA) em 1996, o método de Citologia Em Meio Líquido para uso em ginecologia e em outras especialidades.
No Brasil, a Citologia em Meio Líquido ou Citologia em Base Líquida começou a ser introduzida pelos grandes laboratórios no início dos anos 2000, o alto custo do método e a pouca concorrência de mercado foram um grandes obstáculos iniciais para que esse procedimento demorasse para ser implantado pelos donos de grandes centros de exames existentes. As primeiras marcas a criarem seus testes e as introduzirem em nosso País foram as SurePath™ Liquid-Based Pap Test - BD e a ThinPrep Pap Test - Hologic, cada qual utilizando a sua própria receita para o líquido responsável pela preservação celular, no caso do método por SurePath sabe-se que é usado o etanol em sua fórmula e no ThinPrep é usado metanol.
Atualmente a gama de empresas a oferecerem o método aumentou, a concorrência de mercado tornou o teste mais acessível, os estudos recentes identificando a eficácia do procedimento pelos cientistas brasileiros e o fato de muitos planos de saúde introduzirem em sua carteira a realização do teste, foram alguns fatores que fizeram a Citologia em Meio Líquido se tornar mais popular em nosso País nos últimos anos, sendo cada vez mais adotada pelo grande, médio e pequeno empresário. Algumas dessas empresas são as Liqui-PREP - Sirius Diagnósticos e a CellPreserv - Kolplast, cada qual oferecendo diferenciais e equipamentos que podem abranger as pequenas, as médias e as grandes rotinas laboratóriais.
Outros avanços que a Citologia em Meio Líquido proporcionou que devemos destacar é a possibilidade da realização de pesquisa do DNA do Papilomavírus humano (HPV) na amostra, com isso na mesma colheita a paciente pode ser beneficiada na realização do exame cérvico-vaginal (que tem a capacidade de identificar a presença de lesões precursoras do câncer do colo uterino) e também poderá realizar o exame de biologia molecular como os de Captura Híbrida II ou de HPV - Testing (ambos podem identificar a presença do vírus), identificando-o positividade ou negatividade da amostra para o grupo de alto risco ou de baixo risco oncogênico ou fazer a pesquisa do subtipo do vírus. A realização de exames co-testes são cada vez mais comuns e solicitadas pelos médicos. E um segundo avanço que a Citologia em Meio Líquido possibilitou foi o desenvolvimento de mecanismo de escrutínio de lâminas automatizado como o FocalPoint desenvolvido pela BD (SurePath) e o Imaging System criado pelo Hologic (ThinPrep).
Em nossa vivência laboratorial, nós do Citologia Brasil já tivemos contato com 3 dos 4 métodos citados nesse texto, são eles o ThinPrep, SurePath e o CellPreserv. Para estarmos aptos para a execução dos testes somos previamente submetidos a um treinamento realizado pelas empresas, o treinamento é de supra importância, pois há uma evidente variação formas celulares da Citologia em Meio Líquido para o que somos acostumados a ver na Citologia Convencional, dicas essas que devem ser claramente esclarecidas e informadas para o profissional responsável pelo escrutínio da amostra. 
Como esse assunto gera muito conteúdo, resolvemos dividir o tema em duas partes, nesse primeiro texto introduzimos sobre a história do método, a chegada da Citologia em Meio Líquido no Brasil e citamos os métodos atualmente disponíveis no mercado, na próxima parte falaremos das principais diferenças entre a Citologia Convencional e a Citologia em Meio Líquido. Acompanhe o Citologia Brasil para não perder ao nosso conteúdo! Esperamos que goste dos assuntos abordados aqui e conte para nós se vocês trabalham com a Citologia em Meio Líquido e qual é o método utilizado.
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