ENTREVISTA COM A FARMACÊUTICA BIOQUÍMICA CRISTINA COSTA


Convidamos a farmacêutica bioquímica Cristina Rubim Parentoni Costa para falarmos sobre a sua vivência com a Citologia, sobre o evento Âmbar – Desafios e Ações E Saúde da Mulher que acontecerá na cidade de Ouro Preto nos dias 18, 19 e 20 de Maio e perspectiva de futuro para a nossa profissão. Cristina é graduada em Farmácia Bioquímica pela Universidade Federal de Minas Gerais (1987) e especialista em Citologia Clínica pela UFMG (2001). Tem experiência na área de Bioquímica, com ênfase em Citologia Clínica, atuando principalmente nos seguintes temas: citologia cérvico-vaginal, citodiagnóstico, prevenção e controle, monitoramento da qualidade, neoplasias do colo uterino e epidemiologia. Atuou na Unidade de Monitoramento Externo da Qualidade (MG) junto ao Programa Nacional de controle do câncer do colo uterino, do Ministério da Saúde. Atualmente é Citologista no Laboratório de Análises Clínicas da Escola de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
1. Cristina, queremos saber, quando você se apaixonou pela Citologia? Você se recorda das maiores dificuldades encontradas no início da sua carreira?
Sou farmacêutica bioquímica e especialista em Citologia Clínica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Quando fiz a graduação em 1987, a Citologia Clínica era disciplina obrigatória para a habilitação em Análises Clínicas. Desde que cursei já me interessei bastante pela área.  No último ano do curso, quando os alunos já começavam a buscar estágios na sua área de interesse, eu escolhi ser Citologista.
E após conhecer a teoria acerca dos critérios citológicos era preciso saber reconhecer estes critérios nas imagens que se vê nas lâminas. Para exercer esta prática era necessário o estágio curricular. Escolhi então, o Laboratório Central da Prefeitura de Belo Horizonte pois lá eram realizadas todas as citologias coletadas nos diversos postos de saúde municipais. O arquivo de lâminas me permitiu visualizar vários tipos de lesões.
Meu primeiro trabalho foi no Laboratório de Anatomia Patológica e Citologia da Santa Casa de Passos onde realizava escrutíneo de citologia cérvico-vaginal.
Acredito que um bom Citologista se forma com conhecimento teórico e muita prática. É preciso muito tempo de microscopia para sedimentar o conhecimento teórico.
Talvez aqui esteja a primeira dificuldade para os citologistas: a profissão requer concentração, estudo constante e muitas horas de microscopia todos os dias. Atualmente temos muitos profissionais que atuam nesta área, mas nem sempre foi assim. Muitas vezes o colega com quem podíamos discutir algum caso estava a alguns quilômetros de distância.
Hoje, com a internet, as informações chegam a nós mais rapidamente e as discussões podem acontecer até mesmo on line. 

2. Atualmente como é a sua rotina, atribuições e responsabilidades relacionadas a Citologia?
Sou Citologista no Laboratório de Análises Clínicas da Universidade Federal de Ouro Preto/MG. Realizo escrutíneo de citologia cérvico-vaginal, bem como atividades do controle da qualidade deste exame que vão desde orientação para coleta adequada e emissão do laudo.

3. Você é uma das organizadoras do evento que acontecerá entre os dias 18 a 20 de Maio na Universidade Federal de Ouro Preto, o Âmbar – Desafios e Ações E Saúde da Mulher, queremos saber como surgiu a ideia da criação desse circuito de palestras voltado a Citologia?
A ideia é unir profissionais para estudar citologia cérvico-vaginal. É uma oportunidade também de conhecer a forma de trabalho de vários profissionais, de trocar experiências e de encontrar soluções que possam nos ajudar a prevenir o câncer do colo uterino. Doença esta, que pode ser prevenida e curável, mas que ainda mata tantas mulheres. 
Cristina com a equipe do Laboratório da Escola de Farmácia de Ouro Preto. Local: Em frente a Escola no Centro Histórico de Ouro Preto.
4. O que o público pode esperar desse evento mineiro e como foi a escolha dos palestrantes convidados para o Âmbar?
Uma oportunidade de trocar experiências num ambiente onde se pratica: ensino, pesquisa, extensão e inovação tecnológica – a Escola de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto. Na escolha dos palestrantes pensamos em reunir profissionais de instituições diferentes. Nosso objetivo é promover o debate entre os profissionais das diferentes regiões com troca de experiências entre eles. Os palestrantes são pesquisadores reconhecidos nas diferentes instituições onde atuam. 

5. Você acha há uma carência de reuniões ou eventos como esse promovido pela UFOP em que o foco será a Citologia no nosso País?
Não acredito que haja carência, mas penso que precisamos unificar. Temos eventos de Citologia em várias regiões, mas precisamos ampliar o acesso dos profissionais a estes eventos, principalmente os profissionais recém formados.
De 18 a 20 de maio, em Ouro Preto, teremos a grata satisfação de receber participantes vindos de 19 estados diferentes. Cabe o Brasil inteiro em Ouro Preto!
6. Acredita que um bom profissional é aquele que nunca deixa de estudar e sempre está atualizado nas novidades da área? E quais são as suas perspectivas para o futuro da nossa área?
Sem dúvida; estudar sempre,  é essencial! Apesar de todo avanço tecnológico que já tivemos na citologia, ainda não encontramos substituição para o olho humano. É preciso estudar sempre para acompanhar as atualizações que surgem das pesquisas científicas realizadas em todo o mundo.
A Citologia como instrumento na prevenção do câncer de colo uterino é multi profissional: depende da busca da mulher para a realização do exame, da coleta adequada do material, do preparo técnico da lâmina que será examinada e laudada e também da conduta clínica e seguimento da paciente. Para o sucesso da Citopatologia é necessário, em cada uma destas etapas, um profissional competente e comprometido com a saúde. 

7. Temos muitos estudantes e profissionais iniciantes da área como leitores do nosso site, se pudesse dar um conselho para essa nova geração, qual você daria? 
Para atuar como citologista é preciso algumas habilidades: concentração, disciplina, estudo constante e na maioria das vezes buscando artigos e livros que são publicados em língua estrangeira.
O que eu sempre penso é que com meu trabalho eu posso ajudar uma pessoa a encontrar o caminho da cura e do restabelecimento da sua saúde. E isto me faz feliz!

Agradecemos a entrevistada Cristina Costa por ter aceito ao nosso convite e participado do nosso bate-papo. Caso queriam mais informações sobre o evento Âmbar que acontecerá na cidade de Ouro Preto segue o link do INSTAGRAM.
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